Uma operação foi deflagrada hoje, 17, pela Polícia Federal, “Operação Vagus”, contra uma quadrilha internacional responsável por lavagem de dinheiro e crimes financeiros. A Policia Federal cumpri mandatos de busca e apreensão e de prisão preventiva e temporária.
Segundo a PF, a investigação se concentra em cinco núcleos autônomos que teriam movimentado ao longo de dois anos mais de R$ 82 milhões de origem ilícita, em grande parte, vindos de câmbio ilegal e tráfico de drogas.
Com apoio da Senad (Secretaria Nacional Antidrogas do Paraguai), a ação envolve 190 policiais federais. No total, o trabalho é para cumprir 34 mandados de busca e apreensão, seis de prisão preventiva, quatro de prisão temporária, além de outras medidas cautelares, nas cidades de Ponta Porã, Curitiba (PR), São José dos Pinhais (PR), São Paulo (SP), São Caetano do Sul (SP), Natal (RN), Chuí (RS), Bagé (RS) e Aceguá (RS).
A PF informou ainda que o esquema de lavagem de dinheiro internacional envolve bancos paralelos que se utilizam de pessoas físicas e jurídicas para movimentação de recursos de origem ilícita, direcionando depósitos e transferências bancárias para terceiros utilizados como laranjas e para comércios, principalmente supermercados, em regiões de fronteira.
Posteriormente, os recursos são desviados para casas de câmbio no exterior e permanecem à disposição das organizações criminosas.
A ação é um desdobramento da Operador Fenício II, deflagrada em novembro de 2022, que investigou crimes financeiros na região fronteiriça entre Brasil e Uruguai. Na ocasião, o foco foi uma empresa localizada no Chuí, suspeita de receber grandes quantias de dinheiro de origem ilícita, com fortes indícios de envolvimento em lavagem de dinheiro e evasão de divisas.
Mesmo depois de realizadas ações policiais, as atividades persistiram, o que resultou na identificação de novos suspeitos e núcleos componentes de uma rede criminosa internacional voltada para a lavagem de ativos ilegais vindos de diversos crimes.
O nome Vagus, que em latim significa "errante", faz alusão ao comportamento de um dos investigados que fazia frequentes deslocamentos pelo Brasil para fazer depósitos diretamente em agências bancárias.