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Polícia Militar reprime protesto indígena com bombas, bala de borracha e deixa feridos

Indígenas pediam apenas por água potável

Polícia Militar reprime protesto indígena com bombas, bala de borracha e deixa feridos
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Um confronto violento marcou a manhã desta (27) em Dourados, quando a Polícia Militar desobstruiu rodovias bloqueadas por indígenas das aldeias Bororó e Jaguapiru, que protestavam pela falta de água potável.

De acordo com testemunhas, os policiais utilizaram bombas de gás e balas de borracha, deixando diversos indígenas feridos. A ação gerou revolta entre a comunidade indígena e reabriu o debate sobre a violência contra os povos originários e a negligência do Estado em relação às suas necessidades básicas.

A crise hídrica nas aldeias Bororó e Jaguapiru, localizada no município de Dourados, tem se agravado nos últimos meses, levando os indígenas a promoverem protestos e bloqueios em rodovias da região. A falta de água potável para consumo humano, higiene e produção de alimentos tem gerado grande sofrimento para as comunidades, que denunciam a ineficiência das políticas públicas e a falta de compromisso do governo em solucionar o problema.

Na manhã, a tensão aumentou quando a Polícia Militar, acompanhada por equipes da Agesul e do Corpo de Bombeiros, chegou ao local para desbloquear as rodovias. Os indígenas resistiram à ação policial, que resultou em um confronto violento. De acordo com relatos e videios nas redes sociais, os policiais utilizaram bombas de gás e balas de borracha para dispersar os manifestantes, deixando diversos indígenas feridos.

“Eles chegaram atirando gás e balas de borracha. A gente tentou ajudar os feridos, mas eles não deixaram. A gente só quer água para viver”, afirmou Luzinete Reginaldo, esposa do cacique Ramão Fernandes da aldeia Jaguapiru.

Em nota, a Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública justificou a ação da Polícia Militar alegando que todas as vias de negociação haviam sido esgotadas. A secretaria também afirmou que o objetivo da operação era garantir a ordem pública e os direitos constitucionais.

No entanto, os indígenas denunciam que os governos estadual e federal têm sido omissos em relação à crise hídrica que atinge suas comunidades.

O confronto em Dourados expõe a fragilidade das políticas públicas voltadas para os povos indígenas e a necessidade de um diálogo urgente entre o governo e as comunidades tradicionais.

A falta de acesso à água potável é um problema grave que afeta a saúde e a qualidade de vida dos indígenas e exige uma solução imediata e eficaz. É fundamental que o Estado cumpra seu papel de garantir os direitos humanos dos povos indígenas e promova o desenvolvimento sustentável de suas comunidades.

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