De acordo com os dados do Ministério da Saúde, o estado de Mato Grosso do Sul registrou 20 casos da doença em 2024, apresentando uma taxa de incidência de 0,7 por 100.000 habitantes. Em contraste, em 2023, houve apenas um caso registrado, com taxa de incidência não calculável. Ainda em 2022, o cenário foi significativamente diferente, com 159 casos e uma taxa de 5,6 por 100.000 habitantes.
Nesta semana, a Organização Mundial da Saúde (OMS) emitiu alerta global e convocou seu comitê de emergência para reavaliar o cenário de mpox no mundo. A reunião está prevista para o próximo dia 22. Em agosto, o mesmo comitê declarou a doença como emergência em saúde pública de importância internacional.
Segundo a Secretaria de Estado de Saúde (SES), foram confirmados mais dois novos casos de Mpox, registrados no mês de agosto, sendo dois homens, um de 26 e outro de 31 anos, ambos residentes de Ponta Porã.
Ainda conforme a nota, o paciente de 26 anos viajou para Brasília e, em seguida, apresentou os sintomas. O segundo caso, o homem de 31 anos, ocorreu devido ao contato com o jovem.
Ambos receberam alta médica e não estão mais internados, nem oferecem mais risco de transmitir a doença. Em agosto, a capital sul-mato-grossense registrou 6 casos positivos para a doença.
Vacina
Por determinação do Ministério da Saúde, os grupos vulneráveis que estão mais suscetíveis devem receber a vacina. Estes grupos incluem pessoas que vivem com HIV/Aids (PVHA).
Os profissionais da saúde que trabalham em laboratórios com nível de biossegurança 2, com idade entre 18 e 49 anos, também devem se imunizar.
No entanto, o Estado está sem estoque do imunizante. Em relação à vacinação em massa, a SES informou que seguiu o Plano Nacional de Imunização (PNI) do governo federal, que determinou focar nos grupos prioritários.
Acerca de novas doses, a pasta informou que, conforme nota técnica de 13 de novembro de 2023, não está previsto o envio de novas doses ao Estado.
O Ministério da Saúde iniciou negociações com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) para adquirir 25 mil doses da vacina Jynneos desde que a doença foi declarada emergência em saúde pública pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
O laboratório da empresa dinamarquesa Bavarian Nordic, que produz o imunizante, tem uma capacidade de produção limitada. Desde que foi decretada a emergência, ocorreu uma falta de vacinas no mercado.
A doença
A mpox é uma doença zoonótica viral. A transmissão para humanos pode ocorrer por meio do contato com animais silvestres infectados, pessoas infectadas pelo vírus e materiais contaminados. Os sintomas, em geral, incluem erupções cutâneas ou lesões de pele, linfonodos inchados (ínguas), febre, dores no corpo, dor de cabeça, calafrio e fraqueza.
As lesões podem ser planas ou levemente elevadas, preenchidas com líquido claro ou amarelado, podendo formar crostas que secam e caem. O número de lesões pode variar de algumas a milhares. As erupções tendem a se concentrar no rosto, na palma das mãos e na planta dos pés, mas podem ocorrer em qualquer parte do corpo, inclusive na boca, nos olhos, nos órgãos genitais e no ânus.
Como ocorre o contágio de Mpox?
Pelo toque nas lesões de pele da pessoa infectada;
Por relações sexuais, beijo;
Gotículas de saliva em caso de longa exposição com a pessoa infectada
Sintomas da Mpox
Erupções cutânea ou lesões de pele
Adenomegalia – Linfonodos inchados (ínguas)
Febre
Dores no corpo
Dor de cabeça
Calafrio
Fraqueza
Tempo de incubação do vírus
O intervalo de tempo entre o primeiro contato com o vírus até o início dos sinais e sintomas da mpox (período de incubação) é tipicamente de 3 a 16 dias, mas pode chegar a 21 dias.
Como são as lesões e locais em que aparecem
Levemente elevadas, preenchidas com líquido claro ou amarelado;
Podem formar crostas, que secam e caem;
A quantidade varia por pessoa;
Erupções ficam concentradas na face, palma das mãos e planta dos pés;
Outras partes do corpo como boca, olhos, órgãos genitais e no ânus.
Como saber se estou com Mpox?
O teste molecular ou sequenciamento genético é feito em laboratório e por meio da portaria Portaria GM/MS nº 3328, de 22 de agosto de 2022, ficou estabelecido que pacientes com suspeita da doença devem ser submetidos ao exame.
Assim como, o Estado tem por obrigatoriedade notificar imediatamente casos positivos ou de suspeita do vírus.
Entenda como é feito o teste
O material é coletado da secreção nas lesões;
Caso estejam secas, as crostras são encaminhadas ao laboratório;
Todas as amostras são direcionadas para os laboratórios de referência no Brasil.
Prevenção
Evitar o contato direto com pessoas com suspeita ou confirmação da doença;
No caso da necessidade de contato (por exemplo: cuidadores, profissionais da saúde, familiares próximos e parceiros, etc.) utilizar luvas, máscaras, avental e óculos de proteção;
Pessoas que testem positivo devem fazer isolamento;
Não compartilhar objetos e material de uso pessoal, tais como toalhas, roupas, lençóis, escovas de dente, talheres, até o término do período de transmissão;
Lavar as mãos regularmente com água e sabão ou utilize álcool em gel;
Roupas de cama, toalhas, talheres que sejam de uso de alguém que esteja contaminado deve ser lavados com água morna e detergente;
Superficies devem ser limpas com alcool em gel.