Nova FM 103.5MHz

Policial

Empresário recebia ‘mesada’ com dinheiro desviado por Waldir Neves do TCE-MS

Segundo a PF Waldir Neves comprava imóveis de luxo com dinheiro desviado do TCE/MS

Empresário recebia ‘mesada’ com dinheiro desviado por Waldir Neves do TCE-MS
Use este espaço apenas para a comunicação de erros nesta postagem
Máximo 600 caracteres.
enviando

Investigações da PF (Polícia Federal) apontam que o proprietário de casa de luxo comprada pelo conselheiro afastado do TCE-MS (Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso do Sul), Waldir Neves, em nome de laranja, recebeu espécie de ‘mesada’ da empresa Docsynet Gestão Eletrônica de Documentos Ltda. como parte do pagamento.

Tudo foi apurado no decorrer da Operação Casa de Ouro, em que a PF chegou a pedir a prisão de Waldir Neves, que foi negada pelo ministro do STJ (Superior Tribunal de Justiça), Francisco Falcão. O foco foi identificar o caminho do dinheiro que saia do TCE-MS através de contratos fraudulentos com empresas de informática ligadas ao conselheiro afastado e chegava até imóveis de luxo.

Dessa forma, a PF concluiu que o verdadeiro dono de um imóvel na Rua Euclides da Cunha, Bairro Santa Fé, seria Waldir Neves, mas que estava em nome de seu assessor, que atuava como laranja no esquema, João Nercy Cunha Marques de Souza.

Na compra desse imóvel, que tinha Abelardo Teixeira Fraga como proprietário, Waldir Neves utilizou R$ 460 mil em espécie, o que levantou suspeita da PF.

Conforme apurado pela PF, Abelardo, que era dono da empresa OM2L Soluções em Informática Ltda, recebeu um total de R$ 160 mil em dinheiro – uma parcela de R$ 40 mil e outras de R$ 20 mil) entre maio e novembro de 2018 – que tinha como origem a empresa Dataeasy, que tinha contrato de R$ 102 milhões com o TCE-MS, após licitação que teria sido fraudada pelo então presidente da Corte, Waldir Neves.

Dinheiro que saiu do TCE-MS chega até mãos de vendedor de imóvel de luxo a Waldir Neves

O documento da PF aponta que, em depoimento, tanto Abelardo quanto Sérgio Corrêa – dono da Docsynet – confirmaram que não houve prestação de serviço de Abelardo para a empresa. “Ocultando, assim, a nosso ver o real motivo de tais pagamentos no total de R$ 160 mil”.

Para a PF, Abelardo auxiliava no esquema de lavagem de dinheiro, uma vez que foi identificado que, em 2019, ele recebeu R$ 65 mil em espécie após ‘devolver’ uma casa a Waldir Neves. “Configurando, portanto, mais um crime de lavagem de dinheiro’, aponta a investigação.

O contrato feito entre João Nercy – laranja de Waldir Neves – e Abelardo evidenciou a fraude. Isso porque, de acordo com a PF, Abelardo recebeu 3 imóveis de Waldir que somariam valor de R$ 400 mil como parte de pagamento pelo imóvel na Euclides da Cunha. No entanto, um terceiro imóvel que teria o valor de venda de R$ 210 mil foi devolvido por Abelardo a Waldir Neves pelo valor de R$ 80 mil. Ou seja, Abelardo teria um ‘crédito’ de R$ 130 mil com Waldir. Logo após isso, ele recebeu as transferências da Docsynet, que totalizaram R$ 160 mil.

Com isso, a investigação da PF chegou à conclusão: “A nosso ver, R$ 160 mil provenientes de crimes contra o TCE/MS foram transferidos para pessoa que vendeu uma casa ao Conselheiro Waldir Neves Barbosa”.

Veja também