A recente alta do dólar, impulsionada por especulações do mercado financeiro sobre um suposto risco fiscal, tem gerado inquietação no governo federal. Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, tem frequentemente aventado preocupações com o déficit público, apesar das reiteradas garantias do governo Lula de que a meta de déficit zero será perseguida. Enquanto Campos Neto defende medidas de austeridade severa, o governo busca cortes em áreas de gastos excessivos, uma estratégia menos draconiana.
O site do Banco Central esclarece que a instituição tem o dever de "executar a política cambial, podendo atuar diretamente no mercado, comprando e vendendo moeda estrangeira de forma ocasional e limitada, com o objetivo de conter movimentos desordenados da taxa de câmbio". No entanto, a alta do dólar não tem sido acompanhada por ações efetivas do BC. A valorização do dólar pode resultar em inflação crescente e pressão para elevar ainda mais as taxas de juros, o que beneficia o setor bancário.
Com poucos meses restantes em seu mandato, Campos Neto mantém a postura que muitos criticam como prejudicial à economia brasileira. O presidente Lula, por sua vez, já sinalizou a busca por um substituto mais alinhado às políticas econômicas do governo, que priorize um equilíbrio entre a estabilidade fiscal e o crescimento econômico. A expectativa é que uma nova liderança no Banco Central possa reorientar a política cambial e mitigar os impactos negativos da atual especulação do mercado.